Primeira Experiência num MUN

Um dos grandes avanços do NECPRI este ano foi a parceria fechada com a “LisboMUN Association”, a qual promove debates da agenda internacional por meio do MUN (Modelo das Nações Unidas), que se assemelham com as desenvolvidas pelo NECPRI. 
No fim de semana de 11  a 13 de outubro, ocorreu a Conferência Nacional de Modelo das Nações Unidas (NMUN), organizada pela LisboMUN Association, à qual três membros do NECPRI participaram, nomeadamente o Francisco Quina, a Inês Pereira e eu, Rebecca Leitão. 
Assim, gostaria de compartilhar a excelente experiência que tive. 
Logo que soube da realização do NMUN quis-me logo inscrever pois desde o meu primeiro debate no NECPRI comecei a gostar de eventos como este a par das simulações. Assim que a inscrição é confirmada, é-lhe enviado o comité de que fará parte bem como o país que estará a representar (é possível colocar opções na hora da inscrição), sendo que no meu caso, fiquei com o comité United Nations Human Rights Council membro da delegação do Reino Unido. 
Como foi minha primeira vez num MUN (Model United Nations) não estava a perceber muito bem o que tinha que fazer e como seria o funcionamento da atividade em si. Começou então a fase de pesquisa, quer em relação ao procedimento da Conferência (bem explicada em anexo enviado por e-mail no processo de inscrição) como também sobre o posicionamento do País que iria representar na Política Internacional e ainda, as condições internas em relação ao tópico que seria analisado,  “acesso à saúde e educação nas prisões e alternativas de aprisionamento”. Essa é uma fase um pouco complicada, uma vez que acaba por surgir muita informação, não obstante também proporcionar a descoberta coisas interessantes. 
À medida que o evento se aproxima a ansiedade aumenta e confesso que a insegurança também, é difícil estar preparada para um MUN uma vez que só se sabe a dinâmica da discussão quando se está efetivamente no meio dela, portanto, quanto mais informação sobre a nossa e as outras delegações, melhor. 
Sobre evento em si, o primeiro dia foi na sexta-feira (11/10), na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Pela manhã tivemos um workshop sobre as regras e funcionamento do MUN, sendo que sou da opinião que é normal não se entender ou mesmo absorver toda a informação que nos é passada, afinal muitas das coisas são novidade, embora que passado à prática tudo fica efetivamente mais fácil. Pela tarde, realizou-se a cerimónia de abertura.
Já no sábado, a atividade foi realizada na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH-NOVA), à qual o NECPRI pertence. Em relação aos primeiros discursos, em particular os meus, não foram nada bons, estava com vergonha e com um pouco de medo, mas a vida segue. Após o almoço, já me sentia mais confortável e o debate continuou. É uma parte um pouco mais exigente, pois manter a dinâmica das discussões por vezes é difícil, mas ao mesmo tempo é um momento importante para se perceber o posicionamento de cada Estado. 
O terceiro dia (domingo, 13/10) foi o meu favorito. É hora de fazer um trabalho mais concreto e elaborar a chamada “Draft Resolution”, que é votada mais tarde no mesmo dia, tendo eu ficado feliz pela Draft Resolution, da qual a minha Delegação era assinante, ter sido aprovada, sendo que é esse o maior objetivo de uma MUN, aprovar uma resolução para o problema exposto.

Momentos de descontração:
Manter-se sempre sério é cansativo, e é por isso que existe a nossa querida “Gossip Box”, em que os delegados podem escrever bilhetes com desafios, piadas ou comentários descontraídos. No meu comité as pessoas estavam no começo um pouco envergonhadas, mas a nossa “Gossip Box” cumpriu bem a função de nos ajudar a descontrair. Os momentos de almoço e coffee break também servem para relaxar um pouco e conhecer os demais participantes. E aqui está outra vantagem do MUN, as pessoas. Acaba-se por conhecer inúmeras pessoas, trocar contatos (networking) e porque não fazer amigos. Além de que também existem as sociais, que todos os participantes que foram, gostaram muito; é parte obrigatória de um MUN.
Assim, depois dessa grande experiência, consigo ver que a minha maior aprendizagem foi presenciar o quão difícil é conseguir alcançar um acordo, quando se tem várias partes envolvidas, por mais que estas se reúnam para tentar encontrar uma solução para o problema em cima da mesa, o interesse nacionais vem sempre antes de tudo. É um “tapa de leve na cara” perceber que, no mundo real, diante de tantos problemas reais o que acaba por acontecer é a prevalência do interesse nacional. O NMUN, fez-me perceber a importância da diplomacia, que muitas vezes é difícil, mas necessária para que possamos chegar a acordos que humanizem e melhorem a nossa sociedade. 
Só tenho a agradecer pela oportunidade e por todos que trabalharam muito para a realização desse evento. Ficou a vontade do próximo!   

Por: Rebecca Magalhães 
(NOVA FCSH - 2º Ano da Licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais)


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